Concordância Verbal: o que é, principais regras e exemplos

Estudante focada lendo sobre concordância verbal em um livro, demonstrando a necessidade de aprender sobre o tema para garantir uma boa fala e escrita, principalmente em redações de vestibulares.

A concordância verbal é um dos pilares fundamentais da gramática portuguesa, garantindo a harmonia entre o sujeito e o verbo em uma oração. 

Compreender as regras dessa concordância é essencial para uma comunicação clara e precisa, tanto na fala quanto na escrita — como na redação do Enem e outros vestibulares. 📝

A seguir, vamos explorar o que é concordância verbal, os diferentes tipos de sujeitos, suas regras específicas e exemplos. Acompanhe! 👇

O que é concordância verbal?

A concordância verbal é a relação de harmonia entre o verbo e o sujeito da oração, garantindo a clareza e coerência da frase. Ela se baseia na flexão do verbo em número e pessoa, de acordo com as características do sujeito.

Em outras palavras, a forma verbal deve refletir se o sujeito está no singular ou plural e se está na primeira, segunda ou terceira pessoa. Esse ajuste é essencial para que a frase seja gramaticalmente correta e compreensível.

O que são verbos de concordância?

Verbos de concordância são aqueles que se ajustam em número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira) para concordar com o sujeito da oração. Por exemplo:

  • Em “Eu estudo todos os dias”, o verbo “estudo” está na primeira pessoa do singular, concordando com o sujeito “eu”. 
  • Já em “Eles estudam todos os dias”, o verbo “estudam” está na terceira pessoa do plural, concordando com o sujeito “eles”.

Tabela pessoa do singular e plural 

PessoaSingularPlural
1ª pessoaeunós
2ª pessoatuvós
3ª pessoaele/elaeles/elas

Como identificar o núcleo do sujeito?

Identificar o núcleo do sujeito serve para garantir a concordância verbal correta. O núcleo do sujeito é o substantivo ou pronome que exerce a função principal no sujeito da oração. 

Para encontrá-lo, basta procurar a palavra mais importante que está realizando a ação do verbo. Por exemplo: 

  • Em “Os alunos dedicados estudam muito”, o núcleo do sujeito é “alunos”, pois é a palavra que determina a forma do verbo “estudam”.

Quais são as regras de concordância verbal?

A concordância verbal é regida por uma série de regras que determinam como o verbo deve se ajustar ao sujeito em uma oração. Entender essas normas é fundamental para quem deseja se comunicar de forma eficaz e precisa, evitando erros comuns na escrita e na fala. 

Se você, estudante, precisa escrever uma redação para uma prova ou vestibular, é fundamental saber essas regrinhas. Entenda abaixo!  👇

Sujeito simples

Quando o sujeito é simples, ou seja, possui apenas um núcleo, o verbo deve concordar com ele em número e pessoa. Por exemplo:

  • A professora explica a matéria com clareza. (sujeito: “a professora”, verbo: “explica”)
  • Os alunos prestam atenção na aula. (sujeito: “os alunos”, verbo: “prestam”)

Sujeito composto

Quando o sujeito é composto, possuindo dois ou mais núcleos, a regra de concordância pode variar:

  • Se os núcleos estiverem no singular e forem unidos por “e”, o verbo vai para o plural: O professor e a professora explicam a matéria.;
  • Se os núcleos forem unidos por “ou” ou “nem”, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo ou ir para o plural, dependendo do contexto: “Nem o aluno nem a professora sabia a resposta” ou “Nem o aluno nem a professora sabiam a resposta”.

Oração sem sujeito

Em orações sem sujeito, geralmente com verbos impessoais, o verbo permanece na terceira pessoa do singular. Exemplos comuns incluem fenômenos naturais e o verbo “haver” no sentido de existir:

  • Nevou bastante na noite passada.”
  • muitos livros na estante.”

Locução verbal

Em locuções verbais, onde há um verbo auxiliar e um principal, a concordância é feita com o verbo auxiliar:

  • Os alunos têm estudado para os exames.
  • Ela vai viajar amanhã.

Casos especiais de concordância verbal

Na língua portuguesa, algumas construções linguísticas geram diversas dúvidas quanto à concordância verbal. A seguir, veja alguns casos específicos que podem exemplificar e resumir essas dúvidas.

Substantivos coletivos

Quando o sujeito é um substantivo coletivo, o verbo geralmente fica no singular:

  • A multidão aplaudiu o espetáculo.
  • O grupo decidiu adiar a reunião.

Expressões partitivas

Com expressões partitivas, o verbo pode concordar com o núcleo do sujeito ou com o termo mais próximo:

  • A maioria dos alunos concordou com a proposta.
  • A maioria dos alunos concordaram com a proposta.

Expressão “um dos que”

A expressão “um dos que” pode levar o verbo ao singular ou plural:

  • Ele é um dos que mais trabalha na equipe.
  • Ele é um dos que mais trabalham na equipe.

Verbos indicando horário

Verbos como “ser” e “haver” que indicam horas seguem regras específicas:

  • É uma hora.
  • São duas horas.
  • passa das três.

Pronomes relativos

Com pronomes relativos, a concordância varia:

  • Fui eu que resolvi o problema.
  • Foi ela quem resolveu o problema.

Sujeitos ligados por “ou”, “nem” e “com”

Quando o sujeito é composto e ligado por “ou”, “nem” e “com”, o verbo pode ir para o plural ou concordar com o primeiro núcleo:

  • O diretor, com os professores, decidiu a nova regra.
  • O diretor, com os professores, decidiram a nova regra.
  • O professor ou a professora corrigirá a prova. (Apenas um deles corrigirá a prova)
  • O professor ou a professora corrigirão as provas. (Ambos podem corrigir as provas)
  • Nem o pai nem a mãe sabem onde ele está.
  • Nem o gato nem o cachorro comeram a ração.

Partícula “se”

Com a partícula “se” como índice de indeterminação do sujeito, o verbo fica no singular:

  • Precisa-se de voluntários.

Quando a partícula “se” funciona como apassivadora, o verbo concorda com o sujeito:

  • Venderam-se todas as vagas.

Essas são as regras e nuances da concordância verbal, cada uma essencial para a precisão e clareza da língua portuguesa. Com prática e atenção, dominar esses aspectos torna-se mais intuitivo e natural.

Diferenças entre concordância verbal e nominal 

Apesar de compartilharem o objetivo de estabelecer relações entre termos na oração, a concordância verbal e nominal diferem em seus elementos e na forma como se manifestam.

A concordância verbal relaciona o verbo com o sujeito. O verbo flexiona em número e pessoa para concordar com o sujeito da oração. Ou seja, se o sujeito estiver no singular, o verbo também estará; se o sujeito estiver no plural, o verbo também estará. Exemplo:

  • A menina (singular) estuda (singular).
  • Os meninos (plural) brincam (plural).

A concordância nominal relaciona o substantivo com seus termos. O substantivo, núcleo do sintagma nominal, determina a flexão de gênero e número dos termos que o acompanham, como adjetivos, artigos, numerais e pronomes. Exemplo:

  • A linda (feminino, singular) menina (feminino, singular) estuda (singular).
  • Os belos (masculino, plural) meninos (masculino, plural) brincam (plural).

Resumo das diferenças entre concordância verbal e nominal 

CaracterísticaConcordância VerbalConcordância Nominal
Elementos envolvidosVerbo e sujeitoSubstantivo e seus termos (adjetivos, artigos, numerais, pronomes)
Tipo de flexãoNúmero e pessoaGênero e número
ObjetivoEstabelecer a relação entre o verbo e a ação que ele expressaEstabelecer a coesão entre o substantivo e seus modificadores

Como não errar na concordância verbal?

A concordância verbal é a base da comunicação clara e precisa na língua portuguesa. Ela garante que o verbo e o sujeito da oração “conversem” entre si, transmitindo a mensagem de forma coesa e sem ambiguidades.

Dominar a concordância verbal significa:

  1. Evitar erros gramaticais: falar e escrever com segurança, transmitindo profissionalismo e conhecimento;
  2. Clareza na comunicação: expressar suas ideias com precisão, evitando mal-entendidos e constrangimentos;
  3. Domínio da língua: demonstrar fluência e maestria no uso da língua portuguesa, abrindo portas em diversas áreas.

Agora que você entende o que é a concordância verbal e suas principais regras, é possível praticar e garantir sucesso na redação de vestibular e na escrita de textos. 

Erros nesse aspecto podem prejudicar a compreensão do avaliador e afetar a pontuação final da redação. Assim, compreender e praticar a concordância verbal não só assegura a clareza e coesão do texto, mas também reforça a habilidade do candidato em comunicar suas ideias de maneira eficaz e persuasiva dentro das exigências das provas.

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