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Folclore brasileiro: o que é, lendas, personagens e suas manifestações

Ilustração detalhada dos principais personagens do folclore brasileiro como Saci, Curupira, Iara e Mula sem cabeça em cenário natural da floresta

É impossível pensar na cultura do Brasil sem se deparar com as inúmeras histórias, crenças, personagens e festas populares que acompanham cada canto do país. Entre expressões espontâneas, contadas à beira do fogão ou nas escolas, o folclore brasileiro se manifesta como expressão genuína da identidade nacional.

O que é o folclore brasileiro?

O termo folclore surgiu no século XIX na Europa, identificando o conjunto de saberes, costumes e tradições do povo. No Brasil, assumiu um significado gigantesco. Folclore brasileiro é o conjunto de manifestações culturais populares que une mitos, lendas, brincadeiras, festas, comidas típicas, danças, músicas e crenças, transmitidos oralmente de geração a geração. Por trás de histórias fantásticas, há valores, críticas, medos e marcas profundas dos que construíram o país.

O folclore nacional resulta da intensa mistura entre culturas indígenas, europeias (sobretudo portuguesas) e africanas. Esse caldeirão deu origem a símbolos únicos.

Durante muito tempo, práticas folclóricas eram vistas como “coisas de gente simples”, até que, principalmente após o século XIX, passaram a ser reconhecidas e valorizadas academicamente. Mário de Andrade e outros intelectuais, ao lado da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), foram essenciais para organizar, registrar e preservar manifestações tão diversas.

Como o folclore brasileiro se formou?

A formação do folclore une o contato entre indígenas, portugueses e africanos, desde o início da colonização. Os povos originários transmitiam oralmente mitos sobre a floresta e o sobrenatural. Os colonizadores trouxeram contos de encantamentos, santos católicos e celebrações do calendário lusitano. Já os africanos, trazidos à força, acrescentaram mitos próprios, costumes religiosos e manifestações musicais marcantes.

Com o tempo, costumes se misturaram e adaptaram à realidade tropical. O folclore brasileiro representa o encontro, o conflito e a reinvenção de culturas que foram se moldando conforme cada região. O reconhecimento nacional se fortaleceu no século XX, com estudos, registros e valorização das raízes populares, movimento que segue sendo fundamental para a afirmação identitária do Brasil.

Principais personagens do folclore brasileiro

Quem nunca ouviu uma história sobre criaturas enigmáticas ou figuras travessas entre as matas, rios e vilarejos? Os personagens mitológicos do Brasil animam a imaginação popular, e até hoje são tema de festas, desenhos animados e livros infantis.

  • Iara: Encantadora das águas doces, a Iara é descrita como uma sereia de rara beleza, metade mulher, metade peixe, de longos cabelos negros ou verdes. Segundo a lenda, seu canto irresistível atrai pescadores, que acabam desaparecendo para sempre nas profundezas do rio.
  • Curupira: Defensor das florestas, o Curupira é um menino forte, cabelos vermelhos e pés virados para trás. Esse detalhe faz com que caçadores se percam ao seguir seus rastros. Ele pune aqueles que destroem a mata, mostrando a preocupação ambiental de povos originários.
  • Mula sem cabeça: Nas noites de quinta para sexta-feira, pode surgir o fantasma de uma mulher amaldiçoada, transformada em um animal de quatro patas, sem cabeça, com fogo saindo do pescoço. Diz-se que ela galopa ferozmente em busca de redenção, assustando vilarejos.
  • Lobisomem: Presente em diferentes culturas, no Brasil é o homem que, por maldição genética ou por quebrar regras sociais, se transforma em fera peluda em noites de lua cheia, assombrando fazendas e ruas desertas.
  • Boitatá: Uma cobra de fogo que “vigia” as matas e protege contra incêndios criminosos. Sua explicação pode estar relacionada a fenômenos de combustão de gases orgânicos na floresta. O Boitatá castiga quem tenta destruir o ambiente natural.
  • Boto cor-de-rosa: Nas festas ribeirinhas, conta-se que um belo rapaz aparece e logo conquista as moças do povoado. Ao amanhecer, ele volta à forma de um boto cor-de-rosa e mergulha no rio. Histórias sobre o boto surgem como justificativa para gravidezes misteriosas.
  • Saci-pererê: Amado por crianças e símbolo das peripécias, o Saci é um menino negro, de uma perna só, gorro vermelho, cachimbo e sorriso travesso. Ele faz pegadinhas pelos campos: esconde objetos, assusta cavalos e encanta por sua esperteza.

A lista poderia se prolongar ainda com figuras como a Cuca, o Negrinho do Pastoreio, o Boi-Bumbá, o Mapinguari e muitos outros, pois cada estado cria suas próprias variações das lendas.

Brincadeiras tradicionais do folclore brasileiro

Não são apenas histórias e seres mágicos que compõem a cultura popular brasileira: as brincadeiras fazem parte fundamental da infância no Brasil. Muitas delas têm raízes antigas e são passadas de geração em geração, incentivando criatividade, agilidade e socialização entre as crianças.

  • Soltar pipa: Criar, decorar, empinar e “relinchar” pipas coloridas no céu faz parte do lazer de cidades e interior. Há até competições amigáveis para saber quem mantém a pipa mais alta e bonita.
  • Estilingue: Feito com varinha e borracha, exige pontaria e habilidade para acertar alvos ou brincar em torneios simples.
  • Pega-pega: Corrida emocionante, em que um participante deve capturar os outros, que fogem e se revezam nos papéis.
  • Esconde-esconde: Uma das mais antigas: enquanto um conta, os demais se escondem e precisam voltar para “casa” sem serem pegos.
  • Bolas de gude: Disputa de pontaria com esferas coloridas de vidro, geralmente em terreno de areia.
  • Pião: Girar o pião de madeira ou plástico, usando cordão, tentando manter o brinquedo rodando o máximo possível.

Em cada canto do Brasil há variações, adaptadas à cultura regional. O interessante é que essas brincadeiras estão sempre misturadas a músicas, parlendas e pequenas superstições.

Crenças populares e superstições

As crenças e superstições do povo brasileiro mostram como a vivência coletiva está recheada de simbolismos, medos e esperanças transmitidas no cotidiano. A mistura de costumes indígenas, africanos e europeus originou centenas de tradições para afastar o azar e atrair sorte.

  • Comer uvas e romãs no Ano Novo para garantir fortuna e prosperidade durante o ano seguinte.
  • Colocar ferradura atrás da porta para evitar o mau-olhado.
  • Pegar o buquê da noiva no casamento indica que será a próxima a casar.
  • Gato preto cruzando o caminho pode ser sinal de má sorte.
  • Espelho quebrado indica sete anos de azar, segundo o ditado popular.
  • Passar por baixo de escadas é arriscado.
  • Observar as “Três Marias” no céu pode indicar sorte ou prenúncio de acontecimentos.
  • Trevo de quatro folhas e pé de coelho são considerados amuletos de sorte.
  • Sexta-feira 13 é temida por muitos como dia de acontecerem coisas estranhas.
  • “Bater na madeira” afasta maus presságios.

Muitas dessas crenças são passadas nas famílias como ensinamentos, outras se popularizam por livros e novelas. O folclore, afinal, conecta diferentes gerações ao interpretar o mundo com esperança, temor e imaginação.

Manifestação nas danças folclóricas

Quando o assunto é dança, cada ritmo revela uma parte da história cultural do Brasil. As danças folclóricas misturam religiosidade, festas agrícolas, celebração de acontecimentos e resistência. Elas servem como identidade de suas comunidades, encenando lutas, paixões, cotidiano e crenças.

  • Samba de roda: Origem no Recôncavo Baiano, com raízes africanas, é dançado em círculo, ao som dos palmas, atabaques e cantigas. É tradição em festas de rua.
  • Maracatu: De Pernambuco, lembra cortejos africanos e portugueses. Dançarinos vestem-se como reis, rainhas, corte real e guardas, dançando ao ritmo de tambores.
  • Frevo: Origem pernambucana. A dança é rápida, cheia de passos acrobáticos e guarda-chuvas coloridos. É marca registrada do carnaval de Recife e Olinda.
  • Baião: Original do sertão nordestino, dançada em pares, marcada pela sanfona e pela zabumba. Reflete a vida do campo e os amores populares.
  • Catira: No interior paulista e mineiro, há duplas que batem os pés e as palmas seguindo toada de viola caipira, evocando o clima das fazendas do passado.
  • Quadrilha: Tradicional das festas juninas. Dançada em casais, guiada pelos comandos do orador, simulando colheita, casamento na roça e muita diversão.

Segundo o relatório do IBGE Brasil em Números, essas manifestações são altamente influenciadas pelas culturas regionais e demonstram a pluralidade do país nas festas municipais, escolares e religiosas.

Canções populares: roda, ninar e memória oral

Ao longo das décadas, cantigas de roda, de ninar e músicas populares serviram para ensinar, divertir e “acarinhar” gerações. Na maioria das vezes, não possuem autoria definida e circulam em diferentes versões.

  • Cantigas de roda: Músicas acompanhadas de gestos, dançadas em grupo (ex: “Ciranda, cirandinha”, “Atirei o pau no gato”). Falam de cotidiano, sentimentos ou figuras populares, estimulando a cooperação.
  • Canções de ninar: Cantadas por mães e avós. Simples, tranquilizadoras, criam vínculo familiar e ajudam no desenvolvimento da criança.
  • Músicas sertanejas e caipiras: Geralmente tocadas com viola ou violão, retratando a vida rural, festas religiosas e temas amorosos.

Muitos estudantes procuram entender essas músicas quando estudam para provas integrando o repertório de cultura popular.

Festas populares

As festas representam momentos de integração, devoção e alegria, marcando o calendário nacional com cores, música e comidas típicas. Cada uma carrega, em si, um pedaço da história local e dos valores do povo.

  • Carnaval: Presente no Brasil desde o século XVII, ganhou moldes modernos nos anos 1930. Mistura desfiles, blocos, fantasias luxuosas e samba, comemorando a alegria e a criatividade do povo brasileiro.
  • Congado: Festa típica de Minas Gerais, nascida no século XVIII como expressão cultural dos negros escravizados. Cantos, danças, cortejos e indumentárias exuberantes homenageiam santos e reis do Congo, simbolizando resistência religiosa e afro-brasileira.
  • Folia de Reis: Grupos de músicos e personagens percorrem ruas pedindo esmolas, louvando os Reis Magos e animando os bairros com viola e rabeca. Comum em Minas, interior de São Paulo e Espírito Santo.
  • Festas juninas: Celebradas em todo o Brasil. Ligadas ao ciclo da colheita, reúnem quadrilhas, comidas típicas, fogueiras, brincadeiras e danças ao redor do “arraial”.

Essas festas, muitas vezes, unem a tradição religiosa, o respeito pelos antepassados e o fenômeno da adaptação cultural, desenhado, ano após ano, pela população local.

Literatura popular: cordel, adivinhações e parlendas

A literatura de tradição oral é parte central da cultura popular, levando histórias, piadas, conselhos, críticas e visões de mundo para quem quiser ouvir e imaginar. Eu poderia citar inúmeros exemplos, mas destaco os mais recorrentes:

  • Literatura de Cordel: Pequenos livretos de poesia rimada, impressos e expostos em cordão (daí o nome), comuns no Nordeste. Muitas vezes trazem xilogravuras na capa e linguagem popular, abordando lendas, vidas de santos, eventos e críticas sociais.
  • Adivinhações: Perguntas enigmáticas usadas em rodas de conversa, aguçando a inteligência e alimentando a brincadeira. Exemplo: “O que é o que é? Quanto mais se tira, maior fica? Resposta: buraco.”
  • Provérbios: Ditados sabidos por todos, que transmitem lições de vida, como “Cão que ladra não morde”.
  • Trava-línguas: Frases difíceis de pronunciar repetidas rapidamente (“O rato roeu a roupa do rei de Roma”), ótimos para divertir e exercitar a dicção.
  • Parlendas: Versos simples, rimados, geralmente para animar brincadeiras, escolher “quem vai ser o pegador” ou acalmar crianças (“Uni duni tê, salamê minguê, o sorvete colorê”).

A plataforma Estuda.com disponibiliza materiais que ajudam estudantes a identificar temas folclóricos em provas e redações, reunindo questões que exploram cultura, literatura popular e personagens emblemáticos, colaborando para ampliar o entendimento e a pesquisa desse universo.

Datas comemorativas do folclore brasileiro

Há duas datas que ganham atenção nacional no calendário escolar e cultural:

  • Dia do Folclore: 22 de agosto. Escolhida para incentivar pesquisas, exposições, peças teatrais e celebração das tradições locais em escolas de todo o país.
  • Dia do Saci: 31 de outubro. Criada para valorizar um dos principais símbolos nacionais em contraponto às tradições importadas do Halloween, promovendo as histórias do “menino das travessuras”.

Essas datas renovam o interesse e o respeito pelas culturas populares, estimulando escolas, projetos culturais e comunidades a resgatar brincadeiras, músicas, lendas e saberes dos mais velhos.

Como aprofundar seu aprendizado?

Para quem deseja entender ainda mais, sugestões não faltam:

  • Leia adivinhações, canções de roda e parlendas: cada uma revela muito sobre a moral e a criatividade local.
  • Ouça músicas regionais e procure as letras de canções tradicionais: elas guardam inúmeras referências a festas, personagens e crenças populares.
  • Pesquise a história de festas locais e seus significados em diferentes regiões, apoiando-se em pesquisas e projetos escolares.

Para estudantes que se preparam para os principais exames do país, ampliar a leitura sobre folclore é um diferencial capaz de enriquecer repertórios, redações e análises interdisciplinares. O folclore não só estimula o senso crítico e a empatia, mas também valoriza aquilo que é fruto da coletividade.

Valorizar o folclore é valorizar quem somos.

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