O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 entrou para a história por um motivo inédito: três questões precisaram ser anuladas após suspeitas de quebra de sigilo em seu processo de elaboração. O caso ganhou visibilidade nas redes sociais a partir de uma live no YouTube, realizada cinco dias antes do segundo domingo de provas, em que um estudante de medicina conhecido como um “mentor” que vende cursos sobre o exame, apresentou questões muito semelhantes às que efetivamente apareceriam no exame.
Veja o que aconteceu e por que isso gerou tanta repercussão:
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Como começou a polêmica?
Durante a transmissão, Edcley — que se apresenta como mentor de candidatos do Enem — mostrou ao menos cinco perguntas quase idênticas às que caíram na avaliação. Ele afirmou ter memorizado itens do Prêmio CAPES Talento Universitário, uma prova opcional aplicada a calouros universitários, e suspeitou que essas questões estariam sendo usadas como pré-teste para o Enem. A repercussão da live fez com que candidatos e especialistas questionassem a segurança do exame.
A resposta do MEC e do Inep
Após a divulgação, o Ministério da Educação (MEC) confirmou a anulação de três questões e acionou a Polícia Federal para investigar o caso, considerando a possibilidade de quebra de confidencialidade dos pré-testes. O ministro Camilo Santana explicou que, embora os participantes dos pré-testes não saibam que estão respondendo a possíveis questões do Enem, a divulgação de perguntas semelhantes pode indicar falha no processo de sigilo.
O Inep — órgão responsável pela elaboração do Enem — reforçou que todos os protocolos de segurança foram seguidos e que as questões anuladas apresentavam apenas similaridades pontuais, sem serem idênticas. Mesmo assim, a investigação busca apurar se houve má-fé ou divulgação indevida.
Resumo: o que aconteceu?
- Live polêmica: dias antes da segunda prova, o estudante de medicina e mentor de candidatos do Enem, fez uma live apresentando questões consideradas muito semelhantes às que apareceriam no exame.
- Memorização de pré-testes: ele afirmou ter memorizado perguntas do Prêmio CAPES Talento Universitário, prova aplicada para universitários, e sugeriu que essas questões eram usadas como pré-testes para o Enem.
- Divulgação dos itens: na live, pelo menos cinco questões mostradas eram quase idênticas às que caíram oficialmente, levantando suspeitas de vazamento ou quebra de sigilo.
- Reação oficial: o Inep (instituto responsável pelo Enem) anulou três questões e acionou a Polícia Federal para investigar se houve quebra de confidencialidade nos pré-testes.
- Declaração do ministro: o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que todos os protocolos de segurança foram cumpridos, mas que a PF investigaria possíveis falhas ou má-fé.
Como são elaboradas as questões do Enem?
O processo de elaboração das questões do Enem é rigoroso e envolve três etapas principais:
- Elaboração dos itens: feita por educadores e pesquisadores credenciados por meio de chamadas públicas.
- Validação pedagógica: especialistas avaliam se as questões estão alinhadas à matriz de referência e às habilidades exigidas.
- Pré-testagem: questões são aplicadas a uma população semelhante à dos candidatos do Enem para avaliar sua dificuldade e qualidade.
Os itens que passam por todas as etapas com sucesso entram para o Banco Nacional de Itens (BNI) e podem ser selecionados para as provas futuras.
O que são os pré-testes do Enem?
Os pré-testes são etapas fundamentais para garantir que as questões sejam adequadas ao perfil dos estudantes e ao nível de dificuldade esperado. Neles, perguntas inéditas são aplicadas de forma controlada e analisadas estatisticamente. O objetivo é eliminar ou ajustar itens que não funcionem bem, garantindo a qualidade e a justiça do exame.
Qual a relação com o Prêmio CAPES Talento Universitário?
Apesar das suspeitas levantadas por Edcley, não há confirmação oficial de que questões do Prêmio CAPES sejam usadas diretamente no Enem. O Inep nunca havia citado publicamente qualquer ligação entre as duas avaliações. Segundo o órgão, as semelhanças identificadas foram pontuais e não há indícios de que as questões sejam as mesmas.
Como a prova do Enem é montada?
A montagem da prova leva em consideração diversos critérios psicométricos (como grau de dificuldade e discriminação das questões), além do equilíbrio entre áreas do conhecimento. A seleção final utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), método que garante notas comparáveis entre diferentes edições e evita injustiças na correção.
O que acontece agora?
A Polícia Federal segue investigando o caso para identificar possíveis responsáveis por quebra de sigilo ou má-fé na divulgação das questões. O episódio reforça a importância dos protocolos de segurança e da confidencialidade no Enem, exame fundamental para milhões de estudantes brasileiros.
Conclusão
A anulação de questões no Enem 2025 escancarou os desafios da manutenção do sigilo e da integridade em avaliações de grande porte. Mais do que um episódio isolado, o caso serve de alerta para aprimorar processos e garantir que o exame continue sendo um instrumento confiável para acesso ao ensino superior no Brasil.
