Texto narrativo: o que é, como escrever, estrutura e exemplos

Ilustração de um livro aberto com uma paisagem saindo de suas páginas, simbolizando a criação de histórias em um texto narrativo, com montanhas, florestas e o pôr do sol representando o poder da imaginação.

A narrativa é uma das formas mais antigas e grandiosas de comunicação. Desde os primeiros contos falados até os livros mais vendidos da atualidade, o ato de contar histórias sempre cativou as pessoas. Nos exames, como o Enem e os vestibulares, o texto narrativo é cobrado com frequência, exigindo dos estudantes a habilidade de construir uma história coesa e envolvente. 

Mas o que exatamente é um texto narrativo? Como estruturá-lo de maneira eficiente? E quais são os elementos essenciais para criar uma boa narrativa? Neste conteúdo, vamos explorar esses pontos e trazer um guia completo para quem deseja entender e dominar a arte da narração.

O que é um texto narrativo?

Um texto narrativo é aquele que conta uma história a partir da sequência de eventos. Ele envolve personagens, tempo e espaço, sendo estruturado com começo, meio e fim. Esse tipo de texto pode entreter, informar e levar à reflexão do leitor.

O texto narrativo é uma das formas mais comuns de comunicação escrita, pois envolve a arte de contar histórias. Ele pode aparecer em diferentes gêneros literários, como romances, contos, fábulas, e é muito utilizado em vestibulares, como o da Unicamp. Para construir uma boa narrativa, é essencial desenvolver personagens, situá-los em um tempo e espaço, e criar uma sequência lógica de eventos.

Estrutura da narrativa

A estrutura de um texto narrativo segue uma sequência clássica que ajuda o leitor a acompanhar os acontecimentos de forma fluida e envolvente. Veja cada etapa detalhada:

  • Apresentação: o início da história, onde o contexto é apresentado. Aqui, são introduzidos os personagens principais, o tempo e o espaço. Esse é o momento de preparar o leitor, situando-o na trama;
  • Desenvolvimento: é a parte onde os eventos começam a se desenrolar. O conflito central da narrativa é apresentado, e a história se desenvolve em torno desse problema, criando expectativa e envolvimento;
  • Clímax: o ponto de maior tensão ou emoção da história. Geralmente, é o momento em que o conflito atinge seu ápice, e o leitor fica ansioso por uma resolução;
  • Desfecho: a conclusão da narrativa, onde os problemas são resolvidos. Aqui, o leitor descobre o destino dos personagens e a mensagem final da história é transmitida.

Quais são os elementos do texto narrativo?

Para criar um texto narrativo coeso e envolvente, alguns elementos são essenciais. Esses aspectos estruturam a narrativa e tornam a história mais rica e interessante. Vamos explorar cada um deles.

Narrador

O narrador é a voz que conta a história ao leitor. Ele pode ser um personagem ativo ou apenas um observador dos eventos. Existem três tipos principais de narrador:

  • Narrador personagem: participa da história e narra em primeira pessoa. Ele apresenta uma visão limitada, pois fala de suas próprias experiências e sentimentos;
  • Narrador observador: conta a história em terceira pessoa e observa os fatos de fora, sem participar dos acontecimentos;
  • Narrador onisciente: também narra em terceira pessoa, mas sabe tudo sobre os personagens, incluindo seus pensamentos e emoções.

Enredo

O enredo é o conjunto de eventos que formam a história. Ele pode ser apresentado de maneira linear (com início, meio e fim em sequência) ou não linear (onde o clímax pode aparecer no começo, por exemplo). 

No enredo, os personagens enfrentam desafios, conflitos e evoluem até o desfecho. A construção de um bom enredo é fundamental para manter o interesse do leitor.

Tempo

O tempo na narrativa pode ser cronológico ou psicológico. O tempo cronológico segue a sequência natural dos eventos, como dias, meses e anos. Já o tempo psicológico reflete a percepção interna dos personagens, muitas vezes distorcendo a cronologia para mostrar memórias, pensamentos e sentimentos.

Espaço

O espaço é o cenário onde a narrativa acontece. Pode ser físico, como uma cidade ou uma casa, ou abstrato, como o espaço emocional em que os personagens se encontram. O espaço pode ser apenas decorativo ou pode influenciar diretamente o desenvolvimento da história.

Personagens

Os personagens são as figuras centrais da narrativa. Eles podem ser classificados em:

  • Protagonista: o personagem principal, geralmente envolvido diretamente no conflito central;
  • Antagonista: o personagem que cria obstáculos para o protagonista, podendo ser um vilão ou alguém com interesses opostos;
  • Secundários: personagens que contribuem para a história, mas não são o foco principal.

Discurso

O discurso se refere à maneira como os diálogos dos personagens são apresentados. Ele pode ser:

  • Direto: quando o personagem fala diretamente, com o uso de travessões ou aspas;
  • Indireto: o narrador descreve o que os personagens disseram, sem utilizar falas diretas;
  • Indireto livre: uma fusão da fala do narrador com a fala do personagem, geralmente usada quando o narrador é onisciente.

Tipos de narrador

Existem três principais tipos de narrador que podem ser utilizados em um texto narrativo. A escolha do tipo de narrador influencia a forma como a história será contada:

  • Narrador em primeira pessoa: o narrador participa da história como personagem e conta os eventos a partir de sua perspectiva. Esse tipo de narrador oferece uma visão pessoal e subjetiva dos acontecimentos;
  • Narrador em terceira pessoa: o narrador observa a história de fora, sem participar dos eventos. Ele descreve os acontecimentos de forma objetiva e pode ser limitado ou onisciente;
  • Narrador onisciente: é o narrador que tudo sabe. Ele conhece os pensamentos e sentimentos dos personagens, além de todos os eventos que ocorrerão na história. Narra em terceira pessoa e tem uma visão ampla dos acontecimentos.

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Tipos de discurso narrativo

Os discursos narrativos determinam como a fala dos personagens é inserida na história. Veja exemplos: 

  1. Discurso direto: o narrador apresenta as falas dos personagens exatamente como foram ditas, utilizando travessões ou aspas. Esse tipo de discurso aproxima o leitor das personagens, permitindo um maior envolvimento emocional com a história.

Exemplo:

“– Oi, tudo bem? – perguntou João.”

  1. Discurso indireto: o narrador descreve as falas dos personagens sem usar a fala direta. Esse estilo permite uma narração mais fluida e menos fragmentada.

Exemplo:

“João perguntou se estava tudo bem.”

  1. Discurso indireto livre: mescla o discurso do narrador com a fala do personagem. Isso cria um efeito de proximidade com os pensamentos dos personagens, sem a necessidade de marcações claras de discurso.

Exemplo:

“João estava cansado. Oi, tudo bem? Claro que estava bem, finalmente poderia descansar.”

Como escrever um texto narrativo?

Escrever um texto narrativo exige a habilidade de criar personagens envolventes e um enredo que capture a atenção do leitor. 

O primeiro passo é caracterizar fisicamente e psicologicamente os personagens, permitindo que o leitor compreenda suas motivações e atitudes. Após isso, é essencial apresentar o contexto em que a história se passa, conectando os acontecimentos de maneira coesa.

Um dos pontos-chave para uma boa narração é mostrar as causas e consequências dos eventos. Cada ação deve influenciar o desenvolvimento dos personagens e da trama. Ao utilizar elementos de coesão, você garante que o texto flua naturalmente, sem rupturas abruptas, mantendo a narrativa envolvente.

Além disso, o desfecho é fundamental para amarrar todos os pontos da história. O leitor precisa entender o que aconteceu com os personagens e como os eventos afetaram suas vidas, garantindo uma conclusão satisfatória e sem pontas soltas.

Exemplo de texto narrativo

Confira um exemplo de um trecho narrativo real, retirado de Dom Casmurro de Machado de Assis, um dos mais clássicos romances da literatura brasileira:

Título: Dom Casmurro (Capítulo 1)

“Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos talvez fossem dele; disse-mos com uma voz tremida, de quem quer ser ouvido e tem medo que o não seja. Não era propriamente medo, mas timidez…”

Comentário: esse trecho do início de Dom Casmurro exemplifica uma narração em primeira pessoa, onde o personagem principal é também o narrador da história. Machado de Assis usa uma linguagem descritiva para ambientar a cena e introduzir o leitor ao enredo, que começa de maneira cotidiana e vai revelando aspectos mais profundos da vida e da mente do narrador.

Conclusão

Escrever um texto narrativo exige prática e atenção aos seus principais elementos. Desde a construção do enredo até a escolha do tipo de narrador e discurso, todos esses aspectos são fundamentais para criar uma narrativa envolvente e coesa. 

Narrativas não só prendem o leitor como também o fazem refletir e se conectar com a história, tornando esse gênero uma ferramenta poderosa em exames, concursos e na literatura.

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